Introdução
Hoje temos um quadro educacional preocupante, pois as
tecnologias estão entrando tanto na vida particular quanto na vida educacional
do estudante. Iniciaram-se então debates quanto a um novo papel para a escola e
para o professor na formação dos jovens, e qual será o impacto que tais
mudanças causarão.
Segundo Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil de
2014, mais da metade dos estudantes brasileiros entre 9 e 17 anos acessam a
Internet por smartphones. Com esta referência e sabendo que os recursos tecnológicos
distanciam os jovens de suas famílias e amigos, podemos imaginar o abalo que
está causando no ensino tradicional, abrangendo as aulas, currículo escolar e
formas de avaliações.
O fato é que os recursos tecnológicos vieram para ficar e
nenhuma pessoa abriria mão das comodidades que eles trazem. A discussão não
está na exclusão, mas na possibilidade de inclusão no ambiente escolar e o
quanto estão incorporadas tais tecnologias às vidas dos educandos. Veremos a
seguir definições mais longas sobre o perfil do aluno em relação ao uso da
tecnologia, e como o professor pode se adequar a isso, com diferentes
alternativas de organização da aula.
1. Perfil
do aluno em relação ao uso da tecnologia
O recurso mais utilizado por cerca de 71% dos jovens
brasileiros entre 9 e 17 anos são os computadores de mesa (PC, Desktop...),
entretanto o que mais intriga os pesquisadores é o crescimento constante no uso
dos dispositivos móveis, segundo os dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil. A
mesma pesquisa diz também que a desigualdade social reflete no ramo das TIC
(Tecnologias da Informação e Comunicação), uma vez que 61% das crianças e
adolescentes das classes AB utilizam o celular para se conectar à Internet e
nas classes DE caem para 47%.
Os principais objetivos dos jovens ao usarem os recursos
tecnológicos são para a comunicação, entretenimento e pesquisas escolares. Mas
a internet não é um “mar de rosas”, pois ao passo que pode proporcionar uma
quantidade infinita de informações conectando o mundo todo, também é capaz de
trazer grandes riscos para a vida das crianças e adolescentes, expondo suas
privacidades ou colocando até mesmo suas vidas em risco. O G1 mencionou um
desses eventos em uma reportagem, o caso das “dez mais”. O ocorrido tratava-se
de vídeos publicados na internet citando garotas menores de idade que tinham
suas imagens denegridas com fotos que as mesmas haviam postado.
A exposição demasiada pode causar conflitos sociais na
família, escola, com amigos, em alguns casos até a polícia é envolvida. Contudo
não devemos classificar as novas tecnologias como sendo boas ou ruins, pois o
que traz graves consequências aos usuários é o uso despropositado de tais
recursos. A inocência dos jovens os tornam mais suscetíveis à exposição de suas
imagens.
1.1 O papel do professor e da
escola na formação do aluno e as dificuldades encontradas por ele em sala
Não há metodologia alguma para o uso eficaz dessa gama de
tecnologias de informação e comunicação, que possa ser usada no ambiente
educacional, é o que diz Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e
informação no Brasil da Unesco, em entrevista dada a Veja. A preparação dos
novos profissionais da educação quanto as TIC ainda são muito escassas, e há
mais programas de formação continuada do que para os novos docentes.
O papel educacional da escola e do professor tem mudado. A
hierarquia professor-aluno está sendo contestada, uma vez que o aluno detém um
conhecimento muitas vezes superior quanto às novidades. A função do educador
passa de detentor do conhecimento para mediador.
A maior dificuldade do docente está muitas vezes em não ter
familiaridade com as novidades, ou então em não saber como lidar com elas
dentro da sala de aula. Mesmo que todos os profissionais da escola saibam que
as Tecnologias não poderão mais ficar extintas do currículo escolar, ainda lhe
faltam ideias para incluir essas TIC com eficácia na formação dos estudantes.
2. Alternativas de
organização da aula
2.1 Alternativa favorável
aos interesses e valores do aluno
Um tablet para cada aluno, pois para os jovens seria mais
fácil realizar as atividades escolares, dentro e fora da escola. O papel do
professor seria apenas de mediador entre a matéria e o estudante. Desta maneira
os professores poderiam estar conectados com seus alunos em tempo integral, os
informando quanto aos seus trabalhos pendentes e comunicando sobre as provas.
2.2 Alternativa favorável
aos interesses e valores do professor
Seria necessário um grande investimento na formação dos
professores para que estivessem o mais conectados o possível com as novas
tendências tecnológicas, assim poderiam acompanhar seus alunos e envolver com
mais foco e eficácia a TIC em suas aulas. Entretanto, também limitar o acesso
online dos estudantes dentro do ambiente escolar para que pudessem ter um maior
controle das tarefas escolares durante as aulas e avaliações.
Todas as iniciativas educacionais têm impactos na
sociedade. O mais importante para a sociedade é preparar o educando para a vida
em sociedade. Portanto, o ambiente escolar deve ter aulas que os instruam
quanto ao uso adequado e mais focado dos recursos da TIC, desenvolver no aluno
senso crítico e um uso constante, talvez diário das TIC dentro da sala de aula,
já que esta será a realidade destes jovens quando terminarem os estudos.
2.4 A possibilidade de
conciliar os três interesses
Apesar das tentativas de conciliar os três interesses terem
sido falhas até o momento, nada sugere que seja impossível. Com paciência e
muito estudo podemos entrar em um consenso quanto à inclusão da tecnologia na
educação das crianças e dos adolescentes. E enfim teremos um grande avanço na
educação no Brasil.
Considerações finais
Tentativas não faltam e nem faltarão para resolver este
quadro problema. Uma hora alcançaremos o que almejamos, mas por hora devemos,
nós estudantes e professores, esforçarmos ao máximo para conciliar as TIC com a
vida estudantil. Talvez seja esta a chave para o êxito, talvez não. O fato é
que não podemos parar a educação, pois ela é uma peça essencial em nossa
sociedade e sem ela todo o sistema morre.
Referências bibliográficas
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GOULART, Nathalia. Desafio aos professores: aliar tecnologia e educação. 2010. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/desafio-aos-professores-aliar-tecnologia-educacao/. Acesso em: 19/09/2015
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Listas de 'dez mais' viram uma febre de bullying nas escolas: Margens com conteúdo sexual e xingamentos usam nome e foto de jovens. Algumas delas já deixaram até de ir para a escola. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/06/listas-de-dez-mais-viram-uma-febre-de-bullying-nas-escolas.html. Acesso em: 19/09/2015
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