quarta-feira, 1 de junho de 2016

Cecília Meireles e Vinícius de Moraes: suas fases, influências e movimentos

Análise da Unidade 3, Capítulo 5: Literatura – Cecília Meireles e Vinícius de Moraes do livro CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens, 3. – 9° edição – São Paulo: Saraiva, 2013.

O capítulo 5 nos introduz a Cecília Meireles e Vinícius de Moraes, que completam o grupo dos principais poetas da segunda geração do Modernismo brasileiro. Ambos espiritualistas, Cecília desenvolve uma poesia intimista e reflexiva, de profunda sensibilidade feminina. Vinícius, partindo de uma poesia religiosa e idealizante, chega a ser um dos poetas mais sensuais da nossa literatura.
Embora não tenham pertencido diretamente ao grupo católico carioca formado por Jorge de Lima, Murilo Mendes, Ismael Nery, Tristão de Ataíde e outros, Cecília e Vinícius também são considerados poetas espiritualistas e reforçam essa tendência da segunda geração modernista. Contudo, a obra de ambos trilha caminhos próprios: a de Cecília, o da reflexão filosófica e existencial; a de Vinícius, um caminho em direção à percepção material da vida, do amor e da mulher.

Cecília Meireles



Cecília Meireles (1901-1964), a primeira grande escritora da literatura brasileira e a principal voz feminina de nossa poesia moderna, nasceu no Rio de Janeiro, onde fez seus primeiros estudos e se formou professora. Em 1919, lançou seu primeiro livro de poemas, Espectros (1919), bem recebido pela crítica. A produção literária de Cecília é ampla: embora mais conhecida como poetisa, deixou contribuições no campo do conto, da crônica, da literatura infantil e do folclore.
Cecília nunca esteve filiada a nenhum movimento literário, contudo, suas primeiras publicações evidenciam certa inclinação pelo Simbolismo. Além disso, a freqüente presença de elementos como o vento, a água, o mar, o ar, o tempo, o espaço, a solidão e a música dá à poesia de Cecília um caráter fluido e etéreo, que confirma a inclinação neossimbolista da autora. O espiritualismo e o orientalismo, tão prezados pelos simbolistas, também se fazem presentes na obra da poesia.
Do ponto de vista formal, a escritora foi uma das mais habilidosas em nossa poesia moderna, sendo cuidadosa em sua seleção vocabular e forte a inclinação para a musicalidade (outro traço associado ao Simbolismo).
Nos poemas a seguir, podemos observar a presença de elementos como o mar, o oceano, o vento e a musicalidade.


Poema I: Pequena Canção da Onda

"Os peixes de prata ficaram perdidos,
com as velas e os remos, no meio do mar.
A areia chamava, de longe, de longe,
Ouvia-se a areia chamar e chorar!

A areia tem rosto de música
e o resto é tudo luar!

Por ventos contrários, em noite sem luzes,
do meio do oceano deixei-me rolar!

Meu corpo sonhava com a areia, com a areia,
desprendi-,e do mundo do mar!

Mas o vento deu na areia.
A areia é de desmanchar.
Morro por seguir meu sonho,
Longe do reino do mar!"

Poema II: Música
Noite perdida, 
não te lamento: 
embarco a vida 

no pensamento, 
busco a alvorada 
do sonho isento, 

puro e sem nada, 
- rosa encarnada, 
intacta, ao vento. 

Noite perdida, 
noite encontrada, 
morta, vivida, 

e ressuscitada... 
(Asa da lua 
quase parada, 

mostra-me a sua 
sombra escondida, 
que continua 

a minha vida 
num chão profundo! 
- raiz prendida 

a um outro mundo.) 
Rosa encarnada 
do sonho isento, 

muda alvorada 
que o pensamento 
deixa confiada 

ao tempo lento... 
Minha partida, 
minha chegada, 

é tudo vento... 

Ai da alvorada! 
Noite perdida, 
noite encontrada... 

Cecília cultivou uma poesia reflexiva, de fundo filosófico, que aborda, entre outros, temas como a transitoriedade da vida, o tempo, o amor, o infinito, a natureza, a criação artística. Ela revela que o que buscava alcançar por meio de sua poesia era: “Acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação – mas por uma contemplação poética afetuosa e participante.

Vinícius de Moraes



Vinícius de Moraes (1913-1980) nascido no Rio de Janeiro, formou-se em Letras em 1929; diplomata, cronista, crítico de cinema e autor que, além de ter sido um dos mais famosos compositores da música popular brasileira e um dos fundadores, na década de 1950, do movimento musical Bossa Nova, foi também poeta significativo da segunda fase do Modernismo.
Como poeta, Vinícius integra o grupo de poetas religiosos que se formou no Rio de Janeiro entre as décadas de 1930 e 40. Em sua Antologia poética (1955), Vinícius assinalava que sua obra consistia em duas fases: “A primeira, transcendental, frequentemente mística, resultante de sua fase cristã, termina com o poema ‘Ariana, a mulher’, editado em 1936.” Na segunda “estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos”.
A exemplo de outros poetas de sua geração, a primeira fase de Vinícius é marcada pela preocupação religiosa, pela angústia existencial diante da condição humana e pelo desejo de superar, por meio da transcendência mística, as sensações de pecado, culpa e desconsolo que a vida terrena oferece.
Podemos observar que os poemas dessa fase são geralmente longos, com versos igualmente longos, em linguagem abstrata, alegórica e declamatória.

Sacrifício

[...] No sangue e na lama 
O corpo sem vida tombou. 
Mas nos olhos do homem caído 
Havia ainda a luz do sacrifício que redime 
E no grande Espírito que adejava o mar e o monte 
Mil vozes clamavam que a vitória do homem forte tombado na luta 
Era o novo Evangelho para o homem da paz que lavra no campo.

Em 1943 há uma passagem da poesia de Vinícius para uma fase de proximidade maior com o mundo material. O poeta torna-se interessado nos temas cotidianos, nas coisas simples da vida, e explora  com sensualismo os temas do amor e da mulher. A linguagem também tende à simplicidade: o verso livre passa a ser mais empregado, a comunicação fica mais direta e dinâmica.
Pode-se dizer que, pela primeira vez, Vinícius aderiu às propostas dos modernistas de 22, embora certa dicção clássica e o gosto pelo soneto sempre tenham feito parte de sua poesia. Contudo, em suas mãos o soneto ganhou uma roupagem diferente, mais moderna e real, fazendo uso de vocábulos do cotidiano, pouco comuns nesse tipo de composição.
Pode-se observar em que o erotismo é recriado a partir de uma forma clássica e de uma linguagem crua e direta a seguir:

Soneto de Devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Além de ter explorado a poesia sensual, Vinícius também se interessou pela poesia social, na qual o poeta manifesta solidariedade às classes oprimidas e almeja atingir a consciência daqueles que o lêem ou ouvem.

Do último Vinícius, poeta sensual e social, para o Vinícius cantor e compositor foi um passo. A partir da década  de 1960 o poeta entregou-se de corpo e alma à música. Pensasse sempre se a poesia perdeu para a música popular um grande talento. Vinícius foi o poeta mais conhecido e amado do público brasileiro, aquele que levou às rodas de bar, aos teatros e ao rádio composições de requinte literário.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Análise Sintática de Período Composto

Na língua em uso são sempre necessários dois ou mais elementos linguísticos para que se efetue uma unidade significativa ou comunicativa. Assim, do morfema ao texto, temos sempre uma relação de unidades de nível linguístico inferior compondo outra unidade de nível superior:
morfema >> palavra >> sintagma >> oração (período) >> texto

Mais especificamente falando das orações, podemos estruturá-las, tendo em vista seus sintagmas, em período simples e período composto. A oração de período simples é composta por apenas um verbo, independente da quantidade de sintagmas, Já orações de período composto são comumente mais longas e possuem mais de um verbo, onde os sintagmas possuem relação de dependência sintática entre si, ou unidades apenas semanticamente dependentes.

(1) Nós sábados armavam-se barracas, fervilhavam matutos. (...) Os dados chocalhavam, as pedras estavam nos tabuleiros de gamão. (Graciliano Ramos)

Nenhuma das quatro orações presentes em (1) contraem função sintática em relação à outra, ainda que formando um conjunto semanticamente organizado. Temos então um período chamado de justaposição simples de orações, ou de um período composto por coordenação assindética, orações que não se iniciam por conjunções. 

Há dois processos básicos de se articularem orações em um período composto: a coordenação e a subordinação, podendo haver períodos em que só ocorre um ou outro processo, ou ambos, conjuntamente. Mas, o que significa exatamente "coordenar" e "subordinar" orações?
O processo de coordenação, seja por meio de orações apenas justapostas, sem conjunção, ou por meio de orações introduzidas por conjunções coordenativas, pressupõe um paralelismo de funções e valores sintáticos idênticos entre elas. 
A subordinação entre as orações não significa apenas tornas uma oração sintaticamente dependente da outra, mas também eleger qual ou quais delas irão conter a ideia relevante do período. Geralmente, é à chamada oração principal (que convém esteja presente a ideia principal) que cabe esse marco inicial de relevância, pois será sempre aquela que estará com sentido incompleto ou semi-incompleto, necessitando de aditivos sintáticos.

As orações subordinadas são assim denominadas porque exigem uma dependência sintática (além de semântica), isso significa que podem exercer funções sintáticas peculiares ao tipo de sintagma que estão representando no período composto. Assim, as orações substantivas equivalem a um sintagma nominal, as adjetivas a um sintagma adjetival e as adverbiais a um sintagma adverbial, contraindo funções sintáticas autorizadas pela base ou pela natureza morfológica desses sintagmas.

Uma oração substantiva tem uma natureza morfológica substantiva e pode desempenhar as mesmas funções sintáticas que um sintagma nominal desempenharia, pois preenche os requisitos para isso. O sintagma nominal funciona como sujeito. Por isso, no período composto, a oração que equivale a esse sintagma recebe o nome de subordinada substantiva subjetiva. 
De maneira mais prática, pode-se usar um método bastante conhecido, mas igualmente funcional, para identificar rapidamente o tipo de oração substantiva que existe em um período. Esse método prega a substituição da oração que supõe ser substantiva pelo pronome isso, analisando-se, a partir daí, a função que o pronome exerceria no período.

(2) A criança não percebeu que a babá sumiu.
(=A criança não percebeu isso.)
A oração subordinada em (2) é uma substantiva objetiva direta.

(3) O pedido foi que a festa não fosse realizada.
(=O pedido foi isso.)
A oração subordinada em (3) é uma substantiva predicativa.

(4) Uma só coisa me aborreceu: que adiassem a festa.
(=Uma só coisa me aborreceu: isso.)
A oração subordinada em (4) é uma substantiva apositiva.

(5) Todos precisam de que alguém que os console.
(=Todos precisam disso.)
A oração subordinada em (5) é uma substantiva objetiva.

(6) Tenho total certeza de que realizarei meu sonho.
(=Tenho total certeza disso.)
A oração subordinada em (6) é uma substantiva completiva nominal.

As orações substantivas são introduzidas pelas conjunções integrantes que (quando o verbo indica uma certeza) ou se (quando o verbo expressa incerteza ou quando ocorre uma interrogação indireta). Também podem ser introduzidas por palavras circunstanciais como: onde, como, quando, quanto.

Já a oração adjetiva é representada por um sintagma adjetival, e funcionará sempre como um modificador do núcleo do sintagma nominal.
Existe a oração adjetiva explicativa (que funciona como um sintagma autônomo, separado por vírgulas) e a oração adjetiva restritiva (que equivale a um sintagma interno e sintaticamente componente de outro sintagma). A primeira é usada para acusar uma característica casual, imprevista, ainda que totalizadora, enquanto a segunda indica sempre uma característica inerente, restrita ao elemento qualificado. 

A oração adverbial é representada com um sintagma de natureza de funções adverbiais. As orações subordinadas adverbiais indicam uma circunstância em relação à oração principal. Toda circunstância encerra uma ideia, uma condição particular e/ou acidental que acompanha um fato.
No caso de oração subordinadas adverbiais é importante não apenas classificar a oração adverbial ou qualquer outra, mas expressar por meio dela a ideia circunstancial, relevante ou complementar o que temos em mente. 

BIBLIOGRAFIA: SAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo)sintática. 2° edição. Barueri, São Paulo. Manole, 2010. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Os desafios do futuro professor diante do perfil dos novos alunos em relação à tecnologia

Introdução

Hoje temos um quadro educacional preocupante, pois as tecnologias estão entrando tanto na vida particular quanto na vida educacional do estudante. Iniciaram-se então debates quanto a um novo papel para a escola e para o professor na formação dos jovens, e qual será o impacto que tais mudanças causarão.
Segundo Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil de 2014, mais da metade dos estudantes brasileiros entre 9 e 17 anos acessam a Internet por smartphones. Com esta referência e sabendo que os recursos tecnológicos distanciam os jovens de suas famílias e amigos, podemos imaginar o abalo que está causando no ensino tradicional, abrangendo as aulas, currículo escolar e formas de avaliações.
O fato é que os recursos tecnológicos vieram para ficar e nenhuma pessoa abriria mão das comodidades que eles trazem. A discussão não está na exclusão, mas na possibilidade de inclusão no ambiente escolar e o quanto estão incorporadas tais tecnologias às vidas dos educandos. Veremos a seguir definições mais longas sobre o perfil do aluno em relação ao uso da tecnologia, e como o professor pode se adequar a isso, com diferentes alternativas de organização da aula.




1.    Perfil do aluno em relação ao uso da tecnologia

O recurso mais utilizado por cerca de 71% dos jovens brasileiros entre 9 e 17 anos são os computadores de mesa (PC, Desktop...), entretanto o que mais intriga os pesquisadores é o crescimento constante no uso dos dispositivos móveis, segundo os dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil. A mesma pesquisa diz também que a desigualdade social reflete no ramo das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), uma vez que 61% das crianças e adolescentes das classes AB utilizam o celular para se conectar à Internet e nas classes DE caem para 47%.
Os principais objetivos dos jovens ao usarem os recursos tecnológicos são para a comunicação, entretenimento e pesquisas escolares. Mas a internet não é um “mar de rosas”, pois ao passo que pode proporcionar uma quantidade infinita de informações conectando o mundo todo, também é capaz de trazer grandes riscos para a vida das crianças e adolescentes, expondo suas privacidades ou colocando até mesmo suas vidas em risco. O G1 mencionou um desses eventos em uma reportagem, o caso das “dez mais”. O ocorrido tratava-se de vídeos publicados na internet citando garotas menores de idade que tinham suas imagens denegridas com fotos que as mesmas haviam postado.
A exposição demasiada pode causar conflitos sociais na família, escola, com amigos, em alguns casos até a polícia é envolvida. Contudo não devemos classificar as novas tecnologias como sendo boas ou ruins, pois o que traz graves consequências aos usuários é o uso despropositado de tais recursos. A inocência dos jovens os tornam mais suscetíveis à exposição de suas imagens.

1.1 O papel do professor e da escola na formação do aluno e as dificuldades encontradas por ele em sala

Não há metodologia alguma para o uso eficaz dessa gama de tecnologias de informação e comunicação, que possa ser usada no ambiente educacional, é o que diz Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e informação no Brasil da Unesco, em entrevista dada a Veja. A preparação dos novos profissionais da educação quanto as TIC ainda são muito escassas, e há mais programas de formação continuada do que para os novos docentes.
O papel educacional da escola e do professor tem mudado. A hierarquia professor-aluno está sendo contestada, uma vez que o aluno detém um conhecimento muitas vezes superior quanto às novidades. A função do educador passa de detentor do conhecimento para mediador.
A maior dificuldade do docente está muitas vezes em não ter familiaridade com as novidades, ou então em não saber como lidar com elas dentro da sala de aula. Mesmo que todos os profissionais da escola saibam que as Tecnologias não poderão mais ficar extintas do currículo escolar, ainda lhe faltam ideias para incluir essas TIC com eficácia na formação dos estudantes.




2. Alternativas de organização da aula

2.1 Alternativa favorável aos interesses e valores do aluno

Um tablet para cada aluno, pois para os jovens seria mais fácil realizar as atividades escolares, dentro e fora da escola. O papel do professor seria apenas de mediador entre a matéria e o estudante. Desta maneira os professores poderiam estar conectados com seus alunos em tempo integral, os informando quanto aos seus trabalhos pendentes e comunicando sobre as provas.

2.2 Alternativa favorável aos interesses e valores do professor

Seria necessário um grande investimento na formação dos professores para que estivessem o mais conectados o possível com as novas tendências tecnológicas, assim poderiam acompanhar seus alunos e envolver com mais foco e eficácia a TIC em suas aulas. Entretanto, também limitar o acesso online dos estudantes dentro do ambiente escolar para que pudessem ter um maior controle das tarefas escolares durante as aulas e avaliações.

2.3 Alternativa favorável aos interesses e necessidades da sociedade
Todas as iniciativas educacionais têm impactos na sociedade. O mais importante para a sociedade é preparar o educando para a vida em sociedade. Portanto, o ambiente escolar deve ter aulas que os instruam quanto ao uso adequado e mais focado dos recursos da TIC, desenvolver no aluno senso crítico e um uso constante, talvez diário das TIC dentro da sala de aula, já que esta será a realidade destes jovens quando terminarem os estudos.

2.4 A possibilidade de conciliar os três interesses

Apesar das tentativas de conciliar os três interesses terem sido falhas até o momento, nada sugere que seja impossível. Com paciência e muito estudo podemos entrar em um consenso quanto à inclusão da tecnologia na educação das crianças e dos adolescentes. E enfim teremos um grande avanço na educação no Brasil.




Considerações finais

Tentativas não faltam e nem faltarão para resolver este quadro problema. Uma hora alcançaremos o que almejamos, mas por hora devemos, nós estudantes e professores, esforçarmos ao máximo para conciliar as TIC com a vida estudantil. Talvez seja esta a chave para o êxito, talvez não. O fato é que não podemos parar a educação, pois ela é uma peça essencial em nossa sociedade e sem ela todo o sistema morre. 

Referências bibliográficas


BAHIENSE, Eduardo. Tecnologia e educação: onde está o equilíbrio?. 2009. Disponível em: http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2015/09/12/tecnologia-e-educacao-onde-esta-o-equilibrio/. Acesso em: 20/09/2015

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL (Brasil). TIC Kids Online Brasil 2013: PESQUISA SOBRE O USO DA INTERNET POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL. Http://www.cgi.br/: CETIC.BR / NIC.BR , 2014. Disponível em: http://www.cgi.br/media/docs/publicacoes/2/tic-kids-online-2013.pdf. Acesso em: 18/09/2015
GOULART, Nathalia. Desafio aos professores: aliar tecnologia e educação. 2010. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/desafio-aos-professores-aliar-tecnologia-educacao/. Acesso em: 19/09/2015
IDOETA, Paula Adamo. Dez tendências da tecnologia na educação: Como garantir que investimentos e iniciativas em tecnologia realmente melhorem o desempenho dos estudantes? Evento em São Paulo trouxe algumas pistas. 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/12/dez-tendencias-da-tecnologia-na-educacao.html. Acesso em: 20/09/2015

Listas de 'dez mais' viram uma febre de bullying nas escolas: Margens com conteúdo sexual e xingamentos usam nome e foto de jovens. Algumas delas já deixaram até de ir para a escola. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/06/listas-de-dez-mais-viram-uma-febre-de-bullying-nas-escolas.html. Acesso em: 19/09/2015

A atemporalidade da obra O Pequeno Príncipe

Antoine de Saint-Exupéry escreveu Le Petit Prince, traduzido para "O Pequeno Príncipe" em 1943. A obra completou 72 anos este ano, e continua ainda uma garotinha.



Quem leu a obra há 40 anos atrás e quem a leu este ano por conta do lançamento do filme podem ter tido impressões diferentes por conta de sua própria visão de mundo, mas a obra é permanentemente atemporal.

A obra não envelhece e não necessita de pesquisa de palavras, locais, fatos para ser entendida. É uma obra para adultos e crianças, tanto para admiradores da literatura clássica francesa quanto para alguém que está ainda se apaixonando pela leitura.


A tarefa do aluno é, após terminada a leitura da obra, continuar do ponto onde o autor parou. Que aventuras que o Pequeno Príncipe viveu Antoine não nos contou? Quais outros planetas o Príncipe visitou? Será que em outros planetas ele encontrou rosas e baobás? Pode ele um dia crescer, aventurar-se no nosso planeta, talvez contar sua história pessoalmente para alguém?

O aluno pode descrever as outras aventuras do Pequeno Príncipe nos seguintes gêneros textuais: poesia, narração, música, peça teatral, vídeo ou cantiga.

A avaliação do gênero que o aluno escolher é por meio da apresentação em sala de aula. A apresentação oral de sua poesia, narração ou cantiga, a apresentação em grupo da peça teatral, e a apresentação do vídeo em retroprojetor.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A intertextualidade de Neil Hilborn




Neil Hilborn é um poeta da atualidade, que atualmente é membro da organização Button Poetry, que se tornou famoso "por acaso" ao participar de uma competição chamada Rustbelt Regional Poetry Slam (que aconteceu em Madison, EUA, no meio de junho de 2013), declamando seu poema "OCD", que fala sobre a paixão de um homem com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Neil tem uma incrível sensibilidade em traduzir seus sentimentos em palavras, que nos traz essa sensação de que ele está dizendo especialmente pra nós, especialmente sobre nossos problemas e emoções.
Seus poemas não se resumem só ao sofrer por amor, mas sim sobre todo o significado sobre a vida, sobre ser você mesmo, sobre viver e não somente sobreviver.
Tendo em vista um de seus poemas sobre a impossibilidade do amor, intitulado de "Future Tense", há quem observa seus lamentos por uma perspectiva diferente.




"E quando seu quarto amor te deixar, você vai querer se matar. Mas você não irá, porque você não mais pensa em suicídio como uma casa que construirá um dia. O seu quarto amor, que foi o seu primeiro amor real. Que te trouxe paz quando todo seu corpo era uma arma. Quando ela lhe deixar, peça para seu colega de apartamento para esconder as facas, porque você irá talhar o nome dela em todas as comidas na sua geladeira. Pare de tomar banho, o calor te lembrará ela. Se masturbe em público, espere que alguém o flagre, só para você poder se sentir vulnerável na frente de mais alguém. Tente queimar as roupas dela, tente se apaixonar por estranhos, tente cair no sono sem ela. Abra as janelas, ela iria querê-las fechadas.
Desligue o rádio, ela não consegue dormir sem barulho, você não consegue dormir sem barulho, mas o barulho vai soar como ela. Sussurrando você para um mundo de luzes e cafés da manhã. Faça a chuva soar como nada. Faça a chuva soar como nada como sua voz.
Não fique sozinho. Quando você está sozinho você não fará nada que você fez com ela, então você não fará nada. Maravilhe-se como ela, a paciente jardineira, a portadora do sono, ela que prepara o banho e acende as velas, ela que lhe tornou alguém que podia fazer de si mesmo alguém. Ela, que fez você querer viver mais do que tudo, e agora ela o faz querer deixar o mundo. Porque você viu. Nela você viu todas as cores e formas da sua perfeita vida. E agora os filhos, a casa, as discussões sobre toalhas de mesa, estão todos desaparecendo. Como coisas deixadas sob a luz do sol. Como qualquer sonho deixado tempo de mais na luz. Por meses, talvez anos, toda vez que você vê-la você irá querer beijá-la. Quando você fizer, você esperará que a dor venha, como aquele velho cão que você nunca conseguiu sacrificar, mas não haverá nenhuma. Você irá lembrar-se, ela irá lembrá-lo, vocês lembrarão um ao outro que isso é para o melhor. Que vocês são fisicamente incapazes de amar um ao outro. E nesses momentos você estará mentindo. Seu coração estará gritando: "Eu posso! Eu posso! Eu posso!"
Mas você permanecerá silencioso, por causa dela. Porque ela pediu por isso. Porque ela sentiu algo em você que ainda está cheio, mesmo agora que ela se foi."
Quem já estudou com gosto a época do Trovadorismo saberá dizer que o poema de Neil, por mais que seja mais complexo e reformado, não deixa de ser um lembrete as antigas cantigas trovadorescas de amor. 
Na cantiga de amor, onde o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante. Neil se põe quase em uma posição de fiel vassalo, com seu amor considerado como um objeto de sonho.


Em "Future Tense" Neil adora sua amada, a contempla quase que em um pedestal, adorando suas qualidades e defeitos. Há esse sentido ambíguo,  onde não se sabe se sua amada realmente o deixou, ou se todo esse discurso faz parte do seu eu-lírico sonhador.
Vejo ligações das obras de Neil e antigas cantigas trovadorescas como na forma de compor, até de ditar, que é uma forma compassada e levemente musical.
O desilusão da vida sem sua amada, a vontade de morrer, a adoração.
Observe essa cantiga de amor, de Dom Dinis:



Original:                                                             Tradução:


Hun tal home sei eu, ai bem talhada,                 Conheço certo homem, ai formosa,
que por vós ten a sa morte chegada;                  que por vossa causa vê chegada a sua morte;
vede quem é e seed’en nenbrada;                     vede quem é e lembrai-vos disso;
eu, mia dona.                                                        eu, minha senhora.

Hun tal home sei eu que preto sente                  Conheço certo homem que perto sente
de si morte chegada certamente;                        de si a morte chegada certamente;
vede quem é e venha-vos en mente;                  vede quem é e tende-o em mente;
            eu, mia dona.                                                          Eu, minha senhora.

Hun tal home sei eu, aquest’oide:                       Conheço certo homem, escutai isto:
que por vós morr’ e vo-lo en partide;                   que por vós morre e vós desejais que ele parta;
vede quem é e non xe vos obride;                      vede quem é e não vos esqueçais dele;
            eu, mia dona.                                                          eu, minha senhora.


Nos nossos dias de hoje, Niel e muitos outros poetas que participam da organização Button Poetry poderiam ser considerados como "Trovadores Modernos". Suas formas de expressão, sua profundidade e a intensidade de suas obras criam uma curiosa intertextualidade com o período antigo do Trovadorismo, mas que até hoje se faz presente e inspiram novos poetas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Os Temas Transversais: Meio-Ambiente.

O que são os Temas Transversais? Quais são eles? Como eles podem ser explicados e categorizados?

    "Os temas transversais são constituídos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) e compreendem seis áreas: Ética (Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo, Solidariedade), Orientação Sexual (Corpo: Matriz da sexualidade, relações de gênero, prevenções das doenças sexualmente Transmissíveis) , Meio Ambiente (Os ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente, manejo e conservação ambiental) , Saúde (autocuidado, vida coletiva), Pluralidade Cultural (Pluralidade Cultural e a Vida das Crianças no Brasil, constituição da pluralidade cultural no Brasil, o Ser Humano como agente social e produtor de cultura, Pluralidade Cultural e Cidadania) e Trabalho e Consumo (Relações de Trabalho; Trabalho, Consumo, Meio Ambiente e Saúde; Consumo, Meios de Comunicação de Massas, Publicidade e Vendas; Direitos Humanos, Cidadania). Podemos também trabalhar temas locais como: Trabalho , Orientação para o Trânsito, etc.
    Os temas transversais expressam conceitos e valores básicos à democracia e à cidadania e obedecem a questões importantes e urgentes para a sociedade contemporânea. A ética, o meio ambiente, a saúde, o trabalho e o consumo, a orientação sexual e a pluralidade cultural não são disciplinas autônomas, mas temas que permeiam todas as áreas do conhecimento, e estão sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano.
    Os Temas Transversais caracterizam-se por um conjunto de assuntos que aparecem transversalizados em áreas determinadas do currículo, que se constituem na necessidade de um trabalho mais significativo e expressivo de temáticas sociais na escola. Alguns critérios utilizados para a sua constituição se relacionam à urgência social, a abrangência nacional, à possibilidade de ensino e aprendizagem na Educação Básica e no favorecimento à compreensão do ensino/aprendizagem, assim como da realidade e da participação social. São temas que envolvem um aprender sobre a realidade, na realidade e da realidade, preocupando-se também em interferir na realidade para transformá-la.


    Os temas transversais atuam como eixo unificador, em torno do qual organizam-se as disciplinas, devendo ser trabalhados de modo coordenado e não como um assunto descontextualizado nas aulas. O que importa é que os alunos possam construir significados e conferir sentido àquilo que aprendem. Quando enfocamos o tema transversal Trabalho e Consumo, poderemos enfatizar a informação das relações de trabalho em várias épocas e a sua dimensão histórica, assim como comparar diversas modalidades de trabalho, como o comunitário, a escravidão, a exploração, o trabalho livre, o assalariado.
    Poderemos também analisar a influência da publicidade na vida das pessoas, enfocando a Industria Cultural. Refletir como a propaganda dissemina atitudes de vida, padrões de beleza e condutas que manifestam valores e expectativas. Analisar criticamente o anseio de consumo e a autêntica necessidade de adquirir produtos e serviços.
    O papel da escola ao trabalhar Temas transversais é facilitar, fomentar e integrar as ações de modo contextualizado, através da interdisciplinaridade e transversalidade, buscando não fragmentar em blocos rígidos os conhecimentos, para que a Educação realmente constitua o meio de transformação social."

  • Através da ética, o aluno deverá entender o conceito de justiça baseado na equidade e sensibilizar-se pela necessidade de construção de uma sociedade justa, adotar atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais, discutindo a moral vigente e tentando compreender os valores presentes na sociedade atual e em que medida eles devem ou podem ser mudados.

  • Através do tema meio-ambiente o aluno deverá compreender as noções básicas sobre o tema, perceber relações que condicionam a vida para posicionar-se de forma crítica diante do mundo, dominar métodos de manejo e conservação ambiental.

  • A saúde é um direito de todos. Por esse tema o aluno compreenderá que saúde é produzida nas relações com o meio físico e social, identificando fatores de risco aos indivíduos necessitando adotar hábitos de auto-cuidado.


  • A pluralidade cultural tratará da diversidade do patrimônio cultural brasileiro, reconhecendo a diversidade como um direito dos povos e dos indivíduos e repudiando toda forma de discriminação por raça, classe, crença religiosa e sexo.


  • A orientação sexual, numa perspectiva social, deverá ensinar o aluno a respeitar a diversidade de comportamento relativo à sexualidade, desde que seja garantida a integridade e a dignidade do ser humano, conhecer seu corpo e expressar seus sentimentos, respeitando os seus afetos e do outro.


Todos os temas citados são de clara e óbvia necessidade de aprendizado pelos nossos alunos, mas por experiência própria, nós, universitários sabemos que só nos é dedicada uma educação ambiental de qualidade ao ingressarmos na faculdade, quando isso deveria nos ser focado numa idade mais jovem.

O nosso mundo necessita de nós, de nossos extremos cuidados, não só nos dias de hoje, já a alguns bons anos, mas principalmente hoje, não só pelo aquecimento global, mas por todos os fatores em si que nos trouxeram a essa era de destruição e escassez de nossos recursos naturais, é necessário que os jovens, cada vez mais jovens do que nós, compreendam a importância da preservação a nossa água potável, nossas árvores, nossos animais.


E não só em casa, e sim no ambiente escolar, onde ele pode desenvolver com mais facilidade e clareza essa característica e consciência de cuidado e respeito, o que envolve também a questão da ética, com as perguntas: "Por que não devo jogar o lixo no chão se eu vejo tantos adultos jogando?", "Por que não devo desperdiçar água se, em época de necessidade de economia extrema, vejo pessoas lavando suas calçadas com água potável, ao invés de reutilizar a água da máquina de lavar?"





É necessário que seja implementado um novo tipo de projeto focado na educação ambiental como matéria permanente na grade do aluno, desde os primeiros anos de ensino até que ele ingresse no ensino universitário. A didática interativa é a melhor opção nos primeiros anos de ensino, com materiais coloridos e que chamem a atenção dos alunos, e o ideal seria que o aluno fosse levado até parques e locais de preservação para que ele viva em primeira pessoa a experiência de cuidar de nossos recursos.

A educação em casa é de extrema importância, sobre não escovar os dentes com a torneira aberta, não demorar no banho, economizar energia e respeitar o conceito de que lugar de lixo é no lixo e não nas ruas, mas a escola tem esse papel fundamental de integrar esse ensino em conjunto, na comunidade entre alunos e professor, enraizando e oferecendo exemplos desse tipo de comportamento ao aluno.

Referências bibliográficas:

Os Temas Transversais na Escola Básica. Disponível em:

<http://educador.brasilescola.com/gestao-educacional/os-temas-transversais-na-escola-basica.htm
Acesso em 17 de Novembro de 2014.

Inter-transdiciplinaridade e Transversalidade. Disponível em:


<http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm> Acesso em 17 de Novembro de 2014.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Analisando o Estrangeirismo na Língua Portuguesa.


A língua nunca foi algo estático e imutável, está sempre em movimento, agregando palavras e subtraindo as que caem em desuso. Chamamos de estrangeirismo quando uma palavra vinda de outro idioma é implantada em nossa língua através do uso pelos falantes. Tal acontecimento pode se dar por fatores históricos, políticos, socioculturais ou avanços tecnológicos. Esse processo pode ser com ou sem o aportuguesamento da palavra.


Com os grandes movimentos tecnológicos e a globalização, muitos verbos e substantivos do inglês entraram para o português, pois o contato com outras línguas se tornou muito mais cotidiano. Faremos uma análise sincrônica dos termos adicionados ao Português provindos do Inglês. Começaremos por dizer que as palavras que entraram em nossa língua foram, em grande parte, adaptados a nossa grafia e pronúncia, e os verbos são da primeira conjugação. Muitos verbos e substantivos ganham significados próprios como é o caso de “lunch” (almoço), que no português se torna “lanche” e ganha o significado de “refeição, merenda, comida”, não necessariamente se referindo ao almoço.
Analisando alguns substantivos vindos do inglês:
test -> {-e} -> teste
surf -> {-e} -> surfe
Neste caso, ambos os termos “test” e “surf” recebem apenas a vogal temática “e” para o aportuguesamento. Já no termo a baixo, ocorre uma adaptação fonética da palavra “lunch” e o acréscimo da vogal “e”.
lunch -> {-e} -> *lunche -> lanche
/u/ > /a/
Nos termos que se seguem, é adicionado a vogal temática “e” ao fim da frase, e ganha-se a vogal “e” ao início, pois ambas possuem som /is/ e para a sua adequação à grafia portuguesa sua adesão se fez necessária.
snob -> /e/ {-e} -> esnobe
stress -> /e/ {-e} -> estresse
Stock: O final da palavra stock, “ck”, foi alterado para “qu”, porque essa palavra, como muitas outras, sofreu um processo de aportuguesamento. Para ser adaptada a forma tradicional de escrita portuguesa teve que eliminar o “ck” e trocar para “qu”.
stock -> {-e} -> stocke -> stoque -> /e/ -> estoque
Outro exemplo seria a palavra do inglês “drink”.
Apesar de o final ter apenas o “k”, esta letra é modificada para o “qu”.
drink -> {-e} -> drinke -> drinque
Podemos dizer que tanto as terminações em “ck” quanto as terminações em “k”, quando vindas do inglês, sofrem a alteração para “qu” e ganham a vogal temática e em seu fim.
Para concluir, o único padrão para todas as mudanças das palavras advindas da língua inglesa para a língua portuguesa em forma de substantivo é o acréscimo da vogal temática “e” ao fim da palavra.
Quanto aos verbos ganha-se a marca de verbo da primeira conjugação (o “ar”). Não haverá demais alterações a não ser que a palavra sofra de adaptações gráficas. Tal como em:
delete -> Ø e -> delet -> {-ar} -> deletar
Caso o contrário, todos mudarão da seguinte maneira:
test -> {-ar} -> testar
flert -> {-ar} -> flertar
surf -> {-ar} -> surfar
snob -> /e/ {-ar} -> esnobar
stress -> /e/ {-ar} -> estressar



Referências bibliográficas:
EMPRÉSTIMOS LEXICAIS RECENTES DO INGLÊS AO PORTUGUÊS DO BRASIL. Disponível em:
Estrangeirismos na Língua Portuguesa. Disponível em: