Neil Hilborn é um poeta da
atualidade, que atualmente é membro da organização Button
Poetry, que se tornou famoso "por acaso" ao participar de uma
competição chamada Rustbelt Regional Poetry Slam (que aconteceu em Madison,
EUA, no meio de junho de 2013), declamando seu poema "OCD", que fala sobre a paixão de
um homem com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Neil tem uma incrível sensibilidade em traduzir seus sentimentos em palavras, que nos traz essa sensação de que ele está dizendo especialmente pra nós, especialmente sobre nossos problemas e emoções.
Seus poemas não se resumem só ao sofrer por amor, mas sim sobre todo o significado sobre a vida, sobre ser você mesmo, sobre viver e não somente sobreviver.
Tendo em vista um de seus poemas sobre a impossibilidade do amor, intitulado de "Future Tense", há quem observa seus lamentos por uma perspectiva diferente.
Neil tem uma incrível sensibilidade em traduzir seus sentimentos em palavras, que nos traz essa sensação de que ele está dizendo especialmente pra nós, especialmente sobre nossos problemas e emoções.
Seus poemas não se resumem só ao sofrer por amor, mas sim sobre todo o significado sobre a vida, sobre ser você mesmo, sobre viver e não somente sobreviver.
Tendo em vista um de seus poemas sobre a impossibilidade do amor, intitulado de "Future Tense", há quem observa seus lamentos por uma perspectiva diferente.
"E quando seu quarto amor te deixar, você vai querer se matar. Mas
você não irá, porque você não mais pensa em suicídio como uma casa que
construirá um dia. O seu quarto amor, que foi o seu primeiro amor real. Que te
trouxe paz quando todo seu corpo era uma arma. Quando ela lhe deixar, peça para
seu colega de apartamento para esconder as facas, porque você irá talhar o nome
dela em todas as comidas na sua geladeira. Pare de tomar banho, o calor te
lembrará ela. Se masturbe em público, espere que alguém o flagre, só para você
poder se sentir vulnerável na frente de mais alguém. Tente queimar as roupas
dela, tente se apaixonar por estranhos, tente cair no sono sem ela. Abra as
janelas, ela iria querê-las fechadas.
Desligue o rádio, ela
não consegue dormir sem barulho, você não consegue dormir sem barulho, mas o
barulho vai soar como ela. Sussurrando você para um mundo de luzes e cafés da
manhã. Faça a chuva soar como nada. Faça a chuva soar como nada como sua voz.
Não fique sozinho.
Quando você está sozinho você não fará nada que você fez com ela, então você
não fará nada. Maravilhe-se como ela, a paciente jardineira, a portadora do
sono, ela que prepara o banho e acende as velas, ela que lhe tornou alguém que
podia fazer de si mesmo alguém. Ela, que fez você querer viver mais do que
tudo, e agora ela o faz querer deixar o mundo. Porque você viu. Nela você viu
todas as cores e formas da sua perfeita vida. E agora os filhos, a casa, as
discussões sobre toalhas de mesa, estão todos desaparecendo. Como coisas
deixadas sob a luz do sol. Como qualquer sonho deixado tempo de mais na luz.
Por meses, talvez anos, toda vez que você vê-la você irá querer beijá-la.
Quando você fizer, você esperará que a dor venha, como aquele velho cão que
você nunca conseguiu sacrificar, mas não haverá nenhuma. Você irá lembrar-se,
ela irá lembrá-lo, vocês lembrarão um ao outro que isso é para o melhor. Que
vocês são fisicamente incapazes de amar um ao outro. E nesses momentos você
estará mentindo. Seu coração estará gritando: "Eu posso! Eu posso! Eu
posso!"
Mas você permanecerá
silencioso, por causa dela. Porque ela pediu por isso. Porque ela sentiu algo
em você que ainda está cheio, mesmo agora que ela se foi."
Quem já estudou com
gosto a época do Trovadorismo saberá dizer que o poema de Neil, por mais que
seja mais complexo e reformado, não deixa de ser um lembrete as antigas
cantigas trovadorescas de amor.
Na cantiga de amor,
onde o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante.
Neil se põe quase em uma posição de fiel vassalo, com seu amor considerado como
um objeto de sonho.
Em "Future
Tense" Neil adora sua amada, a contempla quase que em um pedestal,
adorando suas qualidades e defeitos. Há esse sentido ambíguo, onde não se
sabe se sua amada realmente o deixou, ou se todo esse discurso faz parte do seu
eu-lírico sonhador.
Vejo ligações das
obras de Neil e antigas cantigas trovadorescas como na forma de compor, até de
ditar, que é uma forma compassada e levemente musical.
O desilusão da vida
sem sua amada, a vontade de morrer, a adoração.
Observe essa cantiga
de amor, de Dom Dinis:
Original: Tradução:
Hun tal
home sei eu, ai bem talhada,
Conheço certo homem, ai formosa,
que por
vós ten a sa morte chegada;
que por vossa causa vê chegada a sua morte;
vede quem
é e seed’en nenbrada;
vede quem é e lembrai-vos disso;
eu, mia
dona.
eu, minha senhora.
Hun tal
home sei eu que preto
sente Conheço
certo homem que perto sente
de si
morte chegada
certamente; de
si a morte chegada certamente;
vede quem
é e venha-vos en
mente; vede
quem é e tende-o em mente;
eu,
mia
dona. Eu,
minha senhora.
Hun tal
home sei eu,
aquest’oide: Conheço
certo homem, escutai isto:
que por
vós morr’ e vo-lo en
partide; que
por vós morre e vós desejais que ele parta;
vede quem
é e non xe vos
obride; vede
quem é e não vos esqueçais dele;
eu,
mia
dona. eu,
minha senhora.
Nos
nossos dias de hoje, Niel e muitos outros poetas que participam da
organização Button Poetry poderiam ser considerados como "Trovadores
Modernos". Suas formas de expressão, sua profundidade e a intensidade de
suas obras criam uma curiosa intertextualidade com o período antigo do
Trovadorismo, mas que até hoje se faz presente e inspiram novos poetas.